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segunda-feira, 20 de março de 2017

Colheita de tupinambos

Finalmente, o fim da trilogia dos tupinambos. Já falei tantas vezes deles aqui que vocês já devem não aguentar mais. Para quem ainda não sabe, são batatas de uma planta parente do girassol, com um sabor muito especial. Já falei dos primeiros que ganhei de presente do Clóvis, aqui. Mostrei também que eles, por serem plantas de clima mais frio, precisam ser vernalizados, isso é, passar uns meses na geladeira, caso contrário, não brotam. Ensinei a fazer esse processo aqui.

Ainda não são muito conhecidas no Brasil, mas essas PANC tem tudo para aumentar sua popularidade no futuro. São de fácil cultivo, muito produtivas, de boa aceitação e muito gostosas. Se temos nas feiras yacon e mandioquinha, igualmente delicadas, o tupinambo será fácil de ser comercializado. O único porém é: precisam ficar em repouso na geladeira.

Depois do plantio, a evolução das plantas. No primeiro mês o desenvolvimento é lento, depois passa a acelerar em ritmo espantoso, de formando uma touceira densa. Note que as folhas são idênticas a do girassol, e as flores também. A floração, aliás, grata surpresa, possui aroma de chocolate. Por serem espécies híbridas, contudo, não produzem sementes férteis. E renova-se o compromisso de mantê-los refrigerados caso queira nova colheita no ano seguinte.

Na cozinha são versáteis, podem ser consumidos crus ou cozidos. Crus são crocantes, cozidos adquirem a textura da cenoura cozida. A vocação deles, para mim, é virarem uma bela sopa cremosa e clarinha, perfeita para as noites frias do outono. O sabor está entre a bardana e o alcachofra, ou um misto dos dois, sem amargor e levemente adocicado. Coisa fina.


Com um mês.

Com dois meses, junto com o milho.

Com três meses e meio, florindo. Chegaram a 3m
de altura.

Flores delicadas e perfumadas.

Os caules devem estar verdes na colheita.
O que deixei secar totalmente começaram a apodrecer.
Uma batata rendeu um quilo e meio
de batatinhas. Bom investimento.

Duas variedades. A da direita, plantei experimentalmente.
O pé é menor e os rizomas são difíceis de limpar,
porque tem essa forma nodosa. Quase impossível
tirar a terra toda, vou abandonar esse cultivo.

A primeira degustação. Assados ao alho e alecrim. Nhac!


11 comentários:

  1. Por cá também são pouco conhecidos mas, eu já não abdico deles.
    Para ajém de gostar deles crus na salada...
    http://hoticasa.blogspot.pt/search?q=Tupinambus
    http://hoticasa.blogspot.pt/2013/12/cozinhar-tupinambos.html
    Criei varias receitas e este ano fiz compota que teve muito sucesso.
    Boa continuação, eugénia

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    1. Amei a receita de sobremesa, me pareceu muito boa! Acha com facilidade em Portugal?

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  2. Guilherme, as flores não dão sementes?

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    1. Não dão, as sementes nascem ocas, chochas, inférteis. Acho que é porque é um híbrido com cromossomos cuja soma pai e mãe não resulta em uma semente viável. Sua multiplicação seria mais fácil, né? As variedades silvestres dão sementes, mas essas, mais cultivadas, não.

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    2. Talvez seja como a mandioca, que eventualmente flore e frutifica, mas cuja principal propagação é vegetativa, isso é, por estacas.

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  3. Bom dia! Pelas fotos parece o margaridão? É a mesma coisa?

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    1. Olá, não é. Em um dos links no começo do texto mostramos a diferença :)

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  4. quem tem rizomas para me vender pelo mercado livre?

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  5. Ranieri! Como posso adquirir risomas, estou em Itajaí - SC

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