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De baixo para cima, partindo das sementes pretas: mucuna, feijão de asa, feijão de porco, orelha de padre branca e guandu liso. |
Todos os feijões são parentes, botanicamente, pertencendo a o grande grupo das fabaceas, e separados em pequenos subgrupos. Aliás, o termo certo para os membros desse grupo é leguminosa. Pois é, leguminosa não é aquilo que produz legume no sentido comum da palavra, e sim, para a família dos feijões. Inclui-se grão de bico, soja, lentilha, ervilha, favas, feijão-de-lima, leucena, e por aí vai.
Esse grupo alimentar tem grãos ricos em proteínas vegetais de alta qualidade, servindo como base de alimentação de vários povos ao longo da história. Os feijões de metro na Ásia, assim como a soja; o grão de bico, a fava e a lentilha no Oriente médio; a ervilha na Europa; os feijões na América; o guando, o mangalô e outros na África. Aliás, podem ser consumidos os grãos secos, verdes, as vagens, ou ainda extrair dos grãos fibras, amido e proteínas, para queijos vegetais. Os usos, como é possível perceber, são múltiplos.
O grupo dos feijões, ou leguminosas, tem como característica comum a capacidade de criar seu próprio adubo. Como assim? As raízes atraem bactérias benéficas do solo, fornecendo abrigo a elas. Nas raízes, formam-se nódulos que são verdadeiros hotéis para essas bactérias do bem. O feijoeiro fornece nutrientes e as bactérias, em troca, retribuem com adubo nitrogenado. O equivalente vegetal do esterco. Por isso que os feijões crescem em solos pobres, arenosos, compactos, porque eles mesmos fazem a própria "comida", ou boa parte dela. Falei mais sobre isso na postagem sobre o
feijão mangalô.
Ganhei, nos últimos tempos, feijões pra adubar e feijões de comer. Alguns deles são não convencionais: feijão de asa, feijão guandu, feijão-de-porco, feijão mangalô. O único dos que ganhei que não se come, embora tenha propriedades medicinais e seja esporadicamente consumido, é a mucuna-preta, onde diz-se que torrada e moída é usada como substituto do café.
Tudo que plantei foi um feijão de cada, e veja só a colheita. O guandu e a mucuna produzem muito, muito. Do guandu já falei
aqui e
aqui e
aqui. O feijão-de-porco produz pouco por pé, algumas vagens apenas. Mas comestível, se colhido verde, tenro, e depois cozido. O feijão de asa é mais delicado e não produziu muito, mas vou falar dele em outra postagem.
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Feijão de Porco |
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Mucuna preta. |
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Feijão de asa. |
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Orelha de padre, branca. Ou Mangalô, ou lablab. |
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Feijão Guandu. |
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Um pouco de tudo |
Uma semente de cada. Não me dei ao trabalho de contar, mas o guandu deve ter chegado a mais de 1000 sementes na primeira colheita, e ainda há mais por vir. A mucuna não é de comer, mas é um dos feijões com as flores mais lindas que já vi. E fortalece o solo.
A natureza é generosa. Plantando, tudo dá. Mesmo que seja só uma semente, em solo pobre. Plante!
Fora que para quem está começando a cultivar alimentos, são rústicos o suficiente para resistir a eventuais manejos incorretos. Ao invés de iniciar com morangos e tomates, todos deveriam começar pelos feijões.
ResponderExcluirBruna, são beeem mais fáceis! Só exigem luz. Aliás, percebi que feijão, quanto menos você cuida, melhor ele vai, haha.
ExcluirSe isso tudo aí ainda não for suficiente, vale dizer que a mucuna preta e o feijão de porco ainda tem alelopatia (inibem, portanto) sobre a tiririca. Já convenci a avó de usar essa técnica uma vez na horta do sítio dela, e foi bem bacana. Você aduba, evita uma planta (mas enfim, a avó não queria) e é feliz sem precisar de pensar em herbicida.
ResponderExcluirAbraços!
PS.: fica uma referência sobre esse potencial alelopático específico:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CCwQFjABahUKEwiH8o_iod7HAhUKhJAKHXoyBsU&url=http%3A%2F%2Fwww.editora.ufla.br%2Findex.php%2Fcomponent%2Fphocadownload%2Fcategory%2F47-volume-26-numero-3%3Fdownload%3D830%3Avol26numero3&usg=AFQjCNFIWkMySiMpj2gfzE2Ipss9eMkZDg&sig2=kXvIxj_vUPAtaBpQ7NnOqA&bvm=bv.102022582,d.Y2I&cad=rja
Carla, que legal! Mais uma razão pra plantar mucuna! Fora que ela sombreia e passa por cima do que estiver pela frente, uma beleza. Controle natural!
Excluirminha mãe encontrou desse feijão mucuna em Pacajá - Pará, virou mato numa fazenda, na hora que ela me mostrou lembrei que tinha visto em algum lugar, que bom saber que mesmo não sendo de comer serve de adubo.
ResponderExcluirTenho multiplicado os feijões que me levou anos atrás em um dos encontros do Semear Conhecimentos. Esta semana vou levar alguns deles para um encontro que farei dia 30 de junho em Belo Horizonte no Parque Fazenda Lagoa do Nado.
ResponderExcluirPra quem quiser saber mais sobre esta ação em Belo Horizonte, busquem nossa página Semear Conhecimentos: https://www.facebook.com/Semearconhecimentos
Eu colhi mucuna preta esses dias. quando tirei da vagem deu uns grãos tão lindos que pensei em preparar.. mas fiquei com medo!
ResponderExcluirNa matéria põe a mucunã preta como comestível, mas toda a informação que recolhi disse que não é pra comer, procede?
ResponderExcluirNada da mucuna preta se come? E se fizer farinha?
ResponderExcluirBoa tarde, você comercializa sementes? Queria do feijão de asa, já estou procurando faz muito tempo, caso sim meu email etripiano@gmail.com grata Elaine
ResponderExcluirGostaria de saber se pode comer a mucunã sonsa?
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